Amazonas Cidade Destaques Manaus Saúde

Infectologista dá dicas para tratar doença da urina preta

AMAZONAS – O infectologista Nelson Barbosa, da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), disse que o tratamento para a síndrome de Haff, conhecida como doença da “urina preta”, é sintomático. Ou seja, devem ser tratadas as manifestações que a doença apresentar. Como por exemplo, hidratação abundante com soro fisiológico para clarear a urina.

Ao longo da entrevista para o Meio Dia com Jefferson Coronel desta sexta-feira (3), o infectologista disse que a doença da urina preta está relacionada a uma toxina encontrada em peixes, e é marcada pela destruição das fibras que compõem os músculos do corpo. Disse ainda que é preciso se hidratar bastante para evitar complicações que podem levar à morte por insuficiência renal, quando o rim para de funcionar. “A preocupação maior dos médicos tem que ser em não deixar essa pessoa evoluir para uma insuficiência renal, que aí ela vai precisar de hemodiálise, o que vai custar mais caro”, alertou.

Sobre o consumo de peixe, o médico infectologista falou que ainda não existe nenhuma comprovação científica sobre casos confirmados em peixes criados em viveiros. Até esta sexta-feira, o Amazonas confirmou o registro de 54 casos da doença, com uma morte provocada pela toxina em Itacoatiara.

Também participou do Meio Dia desta sexta-feira, o titular da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), Renato Junior. Este informou que a venda de peixes em Manaus despencou por causa do medo da população em consumir o pescado, em decorrência da proliferação da Rabdomiólise.

O secretário da Semacc falou da recomendação da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) e da Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), para que a população restrinja o consumo de peixes como Pacu, Pirapitinga e Tambaqui. Em Itacoatiara, a FVS suspendeu por 15 dias o consumo destes três tipos de pescado.

Renato Junior relatou que os feirantes que atuam na venda do pescado em Manaus estão no prejuízo e que a prefeitura deverá fazer uma campanha para orientar a população sobre o consumo de peixes. “É um clima verdadeiramente de terror. O feirante vai cedo em busca do pescado, abre cedo o seu box para esperar o cliente, mas o cliente não vem porque está assustado. Existem outras alternativas para o consumidor final como o Tucunaré, Pescada, Tambaqui de viveiro, Sardinha e que, pelo que me consta, esses peixes ainda não estão contaminados”, ressaltou.

A queda no consumo de peixes também impactou economicamente os restaurantes de Manaus, segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Amazonas, Fábio Cunha. “Os restaurantes de Manaus sãos abastecido por peixes de cativeiro. Então, nós podemos procurar sem medo, e existem restaurantes preocupados com a saúde dos clientes, atendendo todos os protocolos da Anvisa em relação à saúde alimentar”, frisou.

Related posts

MP eleva isenção de IR para R$ 2.640 e taxa rendimentos no exterior

Redação

Fux restabelece exigência do passaporte da vacina no Rio

Redação

TSE e CBF promovem tuitaço pela paz nas eleições

Redação

Deixe um comentário