Amazonas

Amazonas tem maior número de indígenas do país nas câmaras e prefeituras

São 47 indígenas eleitos no estado, contra 31 em Pernambuco e 23 na Paraíba. Rio de Janeiro, Sergipe e Piauí não têm nenhum

Com a recente posse de 43 vereadores, 1 prefeito e 3 vice-prefeitos, o Amazonas é o estado no país com maior número de indígenas nos executivos e parlamentos municipais após as eleições de 2024.

Os 47 indígenas eleitos no estado superam em número os 31 de Pernambuco e 23 da Paraíba. Os únicos estados que não elegeram indígenas foram Rio de Janeiro, Sergipe e Piauí. Rio Grande do Norte, Rondônia e Goiás, por sua vez, elegeram um vereador cada.

Os dados foram divulgados pelo Ministério dos Povos Indígenas com base num levantamento feito pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

De acordo com a pesquisa, 256 indígenas foram empossados em todo o país no início de janeiro para assumir cargos de vereadores, vice-prefeitos e prefeitos.

Os números indicam um crescimento de 8% em relação a eleição de 2020, quando foram eleitos 237 indígenas.

“A gente tem observado, tanto nas eleições municipais quanto nas eleições federais, um crescimento gradual de candidaturas indígenas. E isso está atribuído a uma maior conscientização e mobilização desse movimento e também da atuação muito importante de atores institucionais na promoção dessas candidaturas”,

diz o consultor legislativo do Senado Amael Moreira.

São Gabriel da Cachoeira

No caso do Amazonas, o destaque fica para São Gabriel da Cachoeira, o município mais indígena do país.

Além do prefeito Egmar Saldanha, conhecido como “Curubinha”, e a vice-prefeita, Eliane Falcão, ambos do PT, 12 dos 13 vereadores eleitos são indígenas.

Apesar de não se eleger, outro destaque no estado foi a candidatura de Vanda Witoto (Rede) que recebeu 8.374 votos para o cargo de vereadora em Manaus.

A indígena ficou em 23º lugar entre as 41 vagas, mas seu partido não obteve o chamado quociente eleitoral.

Na ocasião, Vanda lamentou a situação ao Instituto Socioambiental (ISA), mas disse que não iria desistir: “O aprendizado que fica é que nós precisamos de uma reforma no sistema político desse país. Que democracia é essa? Que deixa de fora a vigésima terceira pessoa mais votada da cidade?”.

Ela acrescentou:

“Cadê o direito de escolha? Estamos sempre submetidos a esse sistema perverso de compra de voto, mas o que eu estou construindo junto às pessoas é a possibilidade de uma política que considere a dignidade humana, que considere o acesso à natureza”.

Foto: reprodução/Instagram
*Com informações da BNC Amazonas

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