* ARTIGO |
Recentemente, Marcelo Ramos gritou forte contra a criação de uma nova Zona Franca em Goiás, acho, argumentando que seria o fim da ZF de Manaus. É o grito de sempre. A novidade passa longe. Se for criada uma outra Zona Franca, no Brasil, com as mesmas isenções e condições da ZF atual, seja onde for, é obvio que Manaus vai a falência ou será um caótico Porto de Lenha, proibido de produzir e comercializar lenha. Seria a reedição do Porto de Lenha já falido. Ou seremos mais uma Detroit decadente por insuficiente nível de atividade econômica.
Mas tem que gritar mesmo, Marcelo. Não basta se aliar. Mas além desse velho grito clichê temos que cobrar mais fortemente dos governos anteriores, atual e futuro, um Plano, um modelo de Desenvolvimento alternativo à Zona Franca. Ou achamos que a ZF será eterna?
Não basta um grito em cima da aritmética das isenções e custos.
Há que ser dado também um grito político contra os responsáveis pela fragilidade da Zona Franca de Manaus. Faltou visão de futuro, faltou estratégia. Gilberto Mestrinho Amazonino, Braga e Omar não foram estadistas suficientes pra nos livrar dessa dependência do modelo Zona Franca.
Desse Wilson eu nem falo. Um mosca morta. Todos os ex-governadores foram premiados com o Senado e até são reeleitos e reeleitos. Um prêmio por falta de visão crítica do povo eleitor, por falta de oposição forte e qualificada da esquerda. faltou um grito político, diferente e contundente por parte do nosso campo.
Ademais falta ao povo e à sociedade a consciência dessa dependência perigosa da ZF. Ainda dá tempo de cobrar do Braga e Omar o pagamento de seus pecados, algo maior e menos eleitoreiro do que um Terceiro Ciclo, uma Zona Franca Verde, um Amazonas Verde. Não engolimos mais esse tipos de projeto politiqueiro que gasta nosso dinheiro e desperdiça futuro.
Muito me preocupa ver todo mundo junto e misturado sem um discurso novo, sem novas estratégias e modelos. Mas ainda há tempo de pensar estrategicamente a Economia do Amazonas onde a Zona Franca tem que continuar e ser um segmento e não o segmento único da nossa Economia.
É bom atualizar o discurso. A mesmice só dá na mesmice: Braga e Omar reeleitos e talvez o Wilson, sem se eleger um⁶ novo modelo alternativo para a Zona Franca, sendo a Esquerda risivelmente recompensada, mais uma vez, e unicamente, com a inócua e colaboracionista oposição do Sinesio. Vamos mudar o discurso, mesmo com a dificuldade de fazê-lo sem mudar os políticos. É um atraso a mesmice.
- PRACIANO
Ex-Dep Federal PT
