Manaus

Prefeito: governador terá em um ano mais que Manaus em quatro

Prefeito David Almeida critica falta de investimentos estaduais em Manaus, reforça parceria em projetos e promete avanços urbanos e habitacionais

 O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), cobrou neste dia 10 de fevereiro mais investimento do Governo do Amazonas na capital. Conforme ele, a cobrança se justifica pelo volume de impostos que o governo arrecada na cidade.

“Porque quase todos os recursos arrecadados pelo próprio estado, mais de 80% estão dentro da cidade de Manaus. Então, nós temos que cobrar sim, o Governo do Estado para que ele invista mais na cidade de Manaus e para que nós possamos melhorar a vida das pessoas na nossa cidade”.

Almeida deu essa cutucada no governador durante discurso na abertura das atividades da nova legislatura da Câmara Municipal de Manaus (CMM).

O prefeito e o governador eram aliados na eleição de 2022, tinham um acordo para a de 2024, mas isso foi rompido. Lima lançou candidato próprio do seu partido, o União Brasil, para tentar barrar a reeleição do prefeito.

O atual vice de Lima, Tadeu de Souza, do partido de Almeida, pode virar governador no próximo ano. Para tanto, vai precisar que Lima se afaste do mandato para disputar uma vaga de deputado ou de senador, o mais provável hoje, como o próprio já admite.

Dessa forma, o Avante de Almeida e Souza ficaria com o comando das máquinas e de um orçamento que em 2026 deve beirar os R$ 50 bilhões.

Assopra

Apesar disso, Almeida agradeceu a parceria do governo Wilson Lima no transporte público de Manaus. 

“Eu quero aqui agradecer que o Governo do Estado já sinalizou a renovação do passe-livre estudantil por mais dois meses”.

Ainda sobre isso, o prefeito informou que estado e município vão transformar esse subsídio em política pública.

O programa Asfalta Manaus é uma parceria entre o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus, destinada à recuperação e pavimentação de vias urbanas da capital.

O investimento total é de aproximadamente R$ 194,6 milhões, dos quais R$ 181,8 milhões são oriundos do Governo do Estado e R$ 12,8 milhões correspondem à contrapartida da Prefeitura.

Já o Parque Amazonino Mendes, situado no bairro Novo Aleixo, teve sua primeira etapa inaugurada em outubro de 2023, com um investimento de R$ 49,8 milhões, resultado de um convênio entre o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus.

Assim, o Asfalta Manaus e o Parque Amazonino Mendes são projetos distintos, com financiamentos e finalidades próprias.

 Promessa de cidade melhor

Durante sua fala aos vereadores, Almeida avaliou o primeiro mandato com muita positividade e avanço, prometendo entregar uma Manaus três vezes melhor no final do segundo mandato, em 2028.

Entre projetos para infraestrutura, saúde, educação, segurança, transporte público, mobilidade urbana, urbanismo, o prefeito enfatizou a construção do primeiro bairro planejado da cidade após 30 anos.

“Chega de invasão. Chega de ocupações desordenadas. Estamos construindo em parceria com o governo federal esses projetos habitacionais. Até final de maio deste ano, devemos entregar cerca de 576 moradias. Até o mês de julho, devemos entregar alguns lotes do novo conjunto habitacional. E devemos entregar 4.700 moradias até o final deste mandato”.

Manaus apresenta um cenário crítico em relação à expansão urbana desordenada, com um aumento expressivo na ocupação de áreas de risco e assentamentos precários.

Os bairros Cidade de Deus e Alfredo Nascimento, localizados na zona Norte, destacam-se por abrigar mais de 55 mil habitantes, configurando-se como a quarta maior comunidade do Brasil em termos populacionais.

Esse fenômeno não é isolado: seis das 20 favelas mais populosas do país estão concentradas nas zonas Leste e Norte da capital amazonense, evidenciando a desigualdade na distribuição do espaço urbano.

O avanço da ocupação de áreas vulneráveis também é alarmante. Em 1985, Manaus contabilizava cerca de 523 hectares de terrenos classificados como áreas de risco com presença de moradias.

Esse número triplicou até 2021, atingindo aproximadamente 1.841 hectares.

Atualmente, a cidade responde por mais de 36% de toda a ocupação de áreas de risco no estado do Amazonas, consolidando um quadro de urbanização acelerada, porém carente de infraestrutura adequada.

Esses dados revelam um processo contínuo de crescimento urbano sem planejamento eficaz, que resulta na proliferação de ocupações irregulares e no agravamento de problemas socioambientais.

Conforme Almeida, sua gestão tem buscado implementar políticas de intervenção em áreas críticas, com foco na regularização fundiária, melhoria da infraestrutura e redução do déficit habitacional, mas os desafios impostos pela rápida expansão da cidade ainda demandam soluções integradas e de longo prazo.

Foto: Dhyeizo Lemos/Semcom e BNC Amazonas

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