O Brasil enfrenta um desafio grave e imediato: uma crise de segurança que se tornou uma das questões mais urgentes da nossa era. Com mais de 50 mil homicídios por ano há décadas, o país vive uma guerra civil não declarada, onde a violência ceifa vidas com assustadora regularidade sob o olhar quase indiferente de autoridades.
Os sucessivos governos de esquerda—dominados desde a década de 1990 pelo PSDB e pelo PT em nível federal, junto com seus aliados nos estados—responderam com soluções frágeis, retórica ideológica e políticas ineficazes que ignoram as causas profundas do crime. Essa falha sinaliza que a esquerda, ao negligenciar esse problema central, está fadada a perder o apoio popular e, consequentemente, as eleições.
Para ilustrar esse erro, imagine um homem enfrentando três problemas: uma condição psiquiátrica grave, desemprego e uma dieta desequilibrada. Qual exige atenção imediata? Claramente, a crise de saúde mental, pois é a base para resolver os outros. No entanto, as políticas de esquerda no Brasil tratam a segurança com o mesmo foco equivocado de alguém que prioriza a dieta em vez da saúde mental. Essa analogia expõe um defeito gritante: a segurança, a preocupação mais premente da esmagadora maioria do povo, é constantemente ignorada em favor de questões secundárias.
Essa negligência se manifesta de várias formas. A esquerda brasileira gasta energia com política identitária, ativismo ambiental desconectado da realidade econômica e discursos que desprezam a violência cotidiana que apavora os cidadãos. Pior: defendem leis brandas com base na ideia errada de que o Brasil “prende demais”. Na verdade, a violência devasta as comunidades mais pobres, com bairros inteiros reféns do crime organizado. Moradores de áreas urbanas — nas ruas ou nos ônibus — vivem sob a ameaça constante de morrer por causa de um celular. Isso é uma questão de justiça social real, mas as soluções propostas são frágeis, no melhor dos casos, e, no pior, agravam o caos.
A narrativa da esquerda — de que o crime se resolve com mais “educação” ou assistencialismo — fracassou. O Brasil tem um dos maiores gastos públicos do mundo com educação e programas sociais, mas a violência segue incontrolável. A impunidade, leis frágeis, forças de segurança desvalorizadas e a leniência com criminosos perigosos criam um terreno fértil para o caos. Essa abordagem ignora uma verdade básica: a ordem é a base da liberdade.
Os Federalist Papers, escritos pelos fundadores dos Estados Unidos, trazem uma lição clara. James Madison, no Federalist No. 51, escreveu: “Se os homens fossem anjos, nenhum governo seria necessário.” Como não são, o governo deve conter os impulsos destrutivos com leis firmes. A ideia de que leis brandas, desarmamento civil e um estado passivo podem deter o crime é ingênua e perigosa. Sem rigor na lei, a liberdade vira anarquia, e os cidadãos ficam à mercê da violência.
A população brasileira, refém do medo em seus próprios bairros, está farta da retórica de “vitimização dos criminosos” e da relativização da violência. As pessoas querem andar nas ruas sem medo, trabalhar e criar suas famílias sem a sombra do crime organizado, dos cartéis de drogas ou do banditismo desenfreado. Essa desconexão com as necessidades do povo deixa claro que a esquerda perdeu a legitimidade.
O caminho exige ações firmes: fortalecer as forças de segurança, endurecer as leis, acabar com a impunidade, desmantelar o crime organizado e o tráfico de drogas e apoiar o armamento civil. Acima de tudo, é preciso uma mudança de mentalidade. O Brasil não pode mais tratar o crime como algo secundário. A urgência é gritante, e o povo não aceita mais desculpas.
O Brasil está em um ponto crítico. A crise de segurança não é só uma estatística — é uma realidade que destrói o tecido social. Chega de posturas ideológicas. Só com ações firmes o país pode restaurar a ordem, proteger seus cidadãos e recuperar um mínimo de liberdade e tranquilidade para o povo trabalhador. Enquanto a esquerda ignorar essa crise, sua derrota eleitoral será certa.
Fernando Borges de Moraes, advogado.