Durante reunião com líderes, presidente deixou transparecer dois dos três pontos sensíveis para ele no texto entregue por Fernando Haddad ao Congresso Nacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por centralizar as ações sobre a PEC dos gastos, tomando a frente do anúncio e da forma como seria apresentada. Embora preferisse adiar os cortes, a necessidade de cumprir a promessa de responsabilidade fiscal pressionou-o a dar uma resposta imediata, fazendo com que as medidas fossem tomadas neste momento.
O Ministério da Fazenda inicialmente planejou um projeto mais abrangente, mas enfrentou resistência de ministros, o que resultou em um pacote de cortes de despesas mais modesto, com redução de mais de R$ 70 bilhões ao longo de dois anos.
Lula se mostrou preocupado com três pontos principais: os cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), as mudanças no Bolsa Família e a reforma do Imposto de Renda. Durante uma reunião com líderes partidários, ficou claro que o presidente tem receio de que alterações no BPC e no Bolsa Família afetem sua popularidade entre os mais pobres. Embora as medidas tenham sido suavizadas, ainda visam reduzir despesas.
O recadastramento dos beneficiários desses programas, com exigências como biometria e informações detalhadas sobre deficiências no BPC, deve gerar uma economia de R$ 4 bilhões em 2025.
Lula também se preocupou com a reforma do Imposto de Renda, mas fontes indicaram que a medida pode ser adiada por algumas semanas. No entanto, o presidente deseja cumprir sua promessa de campanha e ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil a partir de 2026, acelerando o projeto para evitar impactos políticos.
*Com informações da Istoé